O TV Sítio voltou à Chácara Catavento, em Piracicaba (SP), para registrar as novidades no cultivo de mirtilo em clima quente — uma produção que tem se destacado no país desde que Luis Milner, produtor e pioneiro na cultura, começou a adaptar variedades para regiões mais quentes do Brasil.
Na primeira visita, há mais de quatro anos, o TV Sítio mostrou os fundamentos da produção em vasos, as técnicas de poda e os cuidados essenciais para manter plantas vigorosas mesmo sob temperaturas elevadas. Hoje, Luis compartilha as transformações que fez no pomar a partir de testes, experiências e observações realizadas ao longo desse período.
Uma das principais mudanças foi a substituição dos vasos tradicionais de 30 litros por bags de 20 litros. O ajuste, segundo o produtor, reduziu significativamente os custos com recipientes, substrato e mão de obra — sem afetar a produtividade. Ele também passou a testar sacolas plásticas brancas com aditivo UV, quatro vezes mais baratas e desenvolvidas para resistir ao sol e durar mais de uma década no campo.
Outro destaque está no substrato utilizado. Luis reforça que, para o mirtilo, o ponto crítico está na raiz fina e sensível ao excesso de água. Por isso, o material precisa ser altamente drenável. Na Chácara Catavento, ele trabalha com casca de pínus, casca de arroz ou de coco, sempre em composição 100% pura, deixando toda a parte nutricional para ser ajustada via fertirrigação.
As podas também passaram por mudanças. Ao longo dos anos, Luis evoluiu de um sistema de poda única anual para um manejo que alterna podas seletivas e podas radicais. Nas seletivas, cada cacho colhido é podado imediatamente, o que permite manter a planta com todos os estágios fenológicos presentes simultaneamente — flor, fruto verde, fruto maduro e brotações novas. Isso viabiliza colheita praticamente o ano inteiro. Já a poda radical, feita a cada quatro ou cinco anos, renova completamente o vigor da planta, especialmente em regiões de noites quentes como Piracicaba.
O produtor também compartilha orientações importantes sobre poda de formação em mudas jovens. O objetivo é equilibrar a arquitetura da planta, reduzir dominâncias indesejadas e estimular a formação da “coroa” — estrutura fundamental para futuros ramos produtivos.
Essas práticas, somadas ao manejo cuidadoso de luz, espaço e renovação dos galhos, fazem com que o pomar alcance maior produtividade, frutos maiores e ciclos contínuos de produção.
O vídeo completo apresenta todas essas etapas em campo, com demonstrações práticas e explicações detalhadas do produtor pioneiro no cultivo de mirtilo em climas quentes.