Mel do Pantanal passa por processo de indicação geográfica (IG) - TV Sítio

TV Sítio

Mel do Pantanal passa por processo de indicação geográfica (IG)

  • 24/03/2016
  • O Mel do Pantanal com certificação de indicação geográfica é uma excelente alternativa para escalas industriais.

O Pesquisador Vanderlei dos Reis, da Embrapa Pantanal, afirma que esse tipo mel atende a um grande nicho de mercado e que, por ter um custo mais alto, exige investimentos compatíveis com a produção industrial. No entanto, ele ressalta que agricultores familiares também podem participar deste processo, desde que atuem de forma coletiva (associação ou cooperativa).

De acordo com ele, o processo da indicação geográfica só se tornou possível devido ao trabalho conjunto entre Sebrae-MS; Sebrae-MT; Sebrae Nacional; Feams (Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul); Feapismat (Federação de Apicultura de Mato Grosso); Câmara Setorial Consultiva de Apicultura de Mato Grosso do Sul; Alespana (Associação Leste Pantaneira de Apicultores) e Embrapa Pantanal.

O registro foi homologado pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) há um ano. Nesse período, a equipe envolvida com o projeto trabalhou na elaboração do cadernos de normas para a certificação, o qual está disponível para acesso gratuito no portal da Embrapa (http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/DOC137.pdf). O material foi apresentado na palestra, que começou com uma contextualização geral sobre a produção de mel no Brasil e no Mato Grosso do Sul.

Segundo ele, o país possui entre 350 mil e 450 mil apicultores, organizados em associações, cooperativas, sindicatos, federações estaduais e uma confederação brasileira. Em 2013, o país produziu cerca de 35 mil toneladas de mel e exportou 16 mil. A produtividade é calculada em 16 kg/colmeia/ano.

No Mato Grosso do Sul existem 42 associações de apicultores e três cooperativas, além de vários entrepostos com serviços de inspeção municipal, estadual e federal. É estimada a atuação de até 700 apicultores, sendo 500 já cadastrados na Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).

O número de colmeias chega a 21 mil e a população estimada de abelhas era de 2,6 milhões em 2015, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção estadual chega a 837 toneladas de mel por ano, de acordo a mesma fonte (dados de 2014).

Segundo o pesquisador, alguns produtos vêm ganhando destaque no Estado, como o mel com pimenta, o hidromel e o Mel do Pantanal. A organização da cadeia produtiva é uma oportunidade para que outros produtos da apicultura sejam incentivados, como a produção de pólen, que tem uma valorização dez vezes maior do que o mel no mercado.

Vanderlei lembra que após o processo de IG, agora é preciso manter certos cuidados em relação a esse produto. "As normas de certificação devem ser cumpridas, os apicultores devem continuar recebendo apoio técnico e é preciso promover o Mel do Pantanal", disse. De acordo com o pesquisador, como o mel certificado tem um custo de produção mais alto, ele também será mais valorizado no mercado.

 

Fonte: Embrapa

E-book - Como podar plantas frutíferas.