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Lixo urbano e resíduos agroindustriais geram adubos orgânicos

  • 27/10/2014
  • Segundo suas pesquisas, a adubação orgânica com detritos urbanos e rejeitos agroindustriais pode aumentar o rendimento em mais de 20%, em culturas como tomate e abobrinha.

Reduzir o impacto ambiental e aumentar a produtividade no campo. Essa é proposta do pesquisador Francesco Montemurro, do Conselho de Pesquisa Agrícola italiano (CRA), apresentada no 16º Congresso Mundial de Fertilizantes, no Rio de Janeiro. Segundo suas pesquisas, a adubação orgânica com detritos urbanos e rejeitos agroindustriais pode aumentar o rendimento em mais de 20%, em culturas como tomate e abobrinha. A fertilização verde resulta em uma alta produção de biomassa que, quando incorporada ao solo, aumenta o teor de nutrientes disponíveis. "Utilizamos água de descarte da indústria vinícola para adubação de plantações, com resultados similares aos fertilizantes convencionais. O adubo orgânico a partir de resíduos agroindustriais representa uma alternativa favorável para a agricultura e para o meio ambiente", aponta o pesquisador italiano. Os fertilizantes orgânicos minimizam o impacto ambiental. Na Europa, especialmente na Itália, já é amplamente utilizada pelos produtores de alimentos orgânicos, fechando o ciclo da produção on farm, ou seja, dentro da própria propriedade. Mesmo assim, o uso dos fertilizantes convencionais devem crescer em mais de 20% nos próximos cinco anos, há uma tendência de queda para a adubação orgânica na Europa. No Brasil, por outro lado, em virtude da grande oferta de resíduos agroindustriais e de produção, a demanda por fertilizantes de base orgânica tem crescido nos últimos anos. Um dos fatores desfavoráveis é o alto custo do transporte dos resíduos até o local de aplicação, como no caso de reaproveitamento do lixo urbano. Por isso para viabilizar a operação, deve-se privilegiar a proximidade. Um processamento cuidadoso desses detritos provenientes da cidade também é altamente recomendável. Dentro das unidades produtivas, contudo, a alternativa mostra-se bem promissora. No Brasil, já temos exemplo disso no Rancho São Francisco, em Teresópolis (RJ), um dos maiores produtores de hortaliças processadas para os restaurantes da cidade do Rio de Janeiro. Com orientação do pesquisador Caio Teves, da Embrapa Solos, o Rancho montou um pátio de compostagem, no qual as sobras de hortaliças se decompõem biologicamente produzindo o composto orgânico, que é usado como adubo. Esse processo evita que esse resíduo seja descartado, aumentando ainda mais a pressão sobre os aterros sanitários, e também proporciona um adubo orgânico de boa qualidade para utilização no próprio Rancho.

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