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Fungos e bactérias são aliados no combate à doença do arroz

  • 16/02/2016
  • Microrganismos podem ser utilizados contra praga nos arrozais.

Extratos naturais e microrganismos, como fungos e bactérias, podem ser as novas armas para combater e evitar enfermidades do arrozal. Cientistas estão identificando as essências vegetais e os microrganismos mais adequados ao combate a doenças e a insetos-praga e pesquisando sua aplicação na lavoura. Os especialistas procuram matérias-primas naturais que possam ser usadas na formulação de novos bioprodutos.

A pesquisa está voltada à investigação dos gêneros Trichoderma, Cladosporium, Epicoccum e de bactérias (rizibactérias e actinomicetos), além do fungo micorrízico Waitea circinata.

Todos vivem no solo ou na parte aérea da planta, em interação com as raízes e folhas do arroz, sem causar danos. Evidências indicam que essas espécies são benéficas aos vegetais. O trabalho reúne especialistas da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Universidade Federal de Goiás (UFGO), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Embrapa.

Esses fungos e bactérias são reconhecidamente antagonistas de duas das principais doenças da cultura, a brusone e a queima-da-bainha, e de insetos-pragas como lagartas, percevejos do grão, do colmo e de brocas, presentes tanto no sistema produtivo de terras altas como em várzeas tropicais e subtropicais do País.

"O desafio no momento é aprofundar o conhecimento, por meio da identificação e caracterização dos inimigos naturais para se chegar àqueles mais eficientes para o controle de doenças e insetos-pragas do arroz", explica a pesquisadora da Embrapa Marta Cristina Corsi de Filippi, que coordena a pesquisa.

Ela afirma que esse estudo é importante para se obter mais alternativas que fortaleçam, nos sistemas orizicultores, o manejo integrado de doenças e insetos-pragas (MIP). Esse manejo consiste na associação de diferentes técnicas agronômicas para manter a sanidade das lavouras em níveis toleráveis, a fim de assegurar que não existam danos econômicos à produção.

Menos defensivos químicos
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o uso de agrotóxico no Brasil, de modo geral, mais que dobrou entre 2002 e 2012, crescendo de 2,7kg por hectare para 6,9kg por hectare. Esse dado leva em conta a comercialização total de defensivos químicos a cada ano e não faz distinção entre as diferentes culturas. Com alternativas aos químicos, a cultura do arroz poderá reduzir o consumo de agrotóxicos, promovendo ganhos ambientais e econômicos.

Controle biológico
O trabalho com os agentes biológicos está focado no manejo integrado de doenças e de pragas do arroz (como a brusone, a queima-da-bainha, lagartas, percevejos do grão e do colmo e das brocas). Essa forma de combater as pragas, por meio da atuação de um agente já existente na natureza, é um exemplo do chamado controle biológico. Por ocorrer em níveis microscópicos, a ação, muitas vezes, passa despercebida. No entanto, são esses agentes naturais que restabelecem o equilíbrio dos agroecossistema.

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