No Brasil, os nematoides mais prejudiciais à soja têm sido os formadores de galhas, o de cisto, o das lesões radiculares ou pratylenchus e o reniforme. O nematoide das lesões radiculares ou pratylenchus, por exemplo, está disseminado em todas as regiões produtoras, mas é um problema especialmente no Brasil Central, que possui áreas com solos de textura arenosa (menos de 15% de argila). Segundo Franchini, a fertilidade do solo influencia tanto na predisposição das plantas a doença, quanto na sobrevivência, disseminação, infecção, e reprodução de patógenos. Particularmente no caso de nematoides, Franchini diz que os resultados recentes indicam que o manejo adequado da fertilidade do solo pode reduzir as perdas de produtividade da soja em até 80%. "Os resultados mostraram que a correção da acidez com a calagem, elevando o pH e os níveis de Ca e Mg representa uma importante estratégia para o manejo integrado do pratylenchus já que uma planta melhor nutrida apresenta maior capacidade para suportar seu ataque", destaca. As perdas provocadas pelos nematoides variam de acordo com a infestação do patógeno no solo, conforme a distribuição de chuvas e também com o nível de suscetibilidade da cultivar utilizada pelo agricultor. A Embrapa estima que aproximadamente 5% da produção anual da soja brasileira é perdida pela ação dos nematoides. A pesquisadora Neucimara Ribeiro, da Don Mario Sementes, explicou que o nematoide de cisto, detectado no Brasil na safra de 1991/92, atualmente está presente em praticamente todas as regiões produtoras. Ele pode sobreviver no solo por mais de oito anos e, por isso, é difícil sua erradicação. O nematoide penetra nas raízes da planta e dificulta a absorção de água e nutrientes, reduzindo o tamanho da planta e o número de vagens, o que afeta a produção. Fonte: Embrapa