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Combate à fome no semiárido piauiense

  • 21/10/2015
  • A Embrapa Meio-Norte coordena um projeto que visa promover ações destinadas ao fortalecimento da agricultura familiar.

Ainda no século passado, no ano de 1946, em sua famosa obra "Geografia da Fome", Josué de Castro já fazia o seguinte alerta: "É urgente a elevação dos índices de produtividade no Nordeste para que se possa melhorar os níveis de saúde e dominar a incidência das endemias regionais". De lá para cá, muitas ações governamentais foram empreendidas no sentido de combater a fome na região, em especial nas áreas mais afetadas pela seca, a exemplo do semiárido piauiense. Em 2012, o Governo Federal deu início a mais um programa voltado para a redução da pobreza e combate à fome, o Brasil Sem Miséria (BSM). A Embrapa Meio-Norte coordena um dos projetos que fazem parte deste leque de ações. Visando promover ações tecnológicas para o fortalecimento da agricultura familiar no Território Vale do Guaribas (composto por 39 municípios), no período de agosto de 2012 a julho de 2015, uma equipe liderada pelo agrônomo e analista de Transferência de Tecnologia, José Câmara, foi responsável pelo desenvolvimento de estratégias com foco no fortalecimento dos sistemas de produção agropecuários, na melhoria da qualidade de vida e no aumento da produção e produtividade daquelas atividades já realizadas pelos agricultores da região. "Tudo o que foi oferecido aos agricultores tem como objetivo reforçar a alimentação das famílias. Por isso trouxemos variedades de milho e feijão mais produtivas e trouxemos outras alternativas que pudessem ajudar a melhorar a produção deles e a situação da família", comenta José Câmara. Para participar do projeto, foram escolhidas famílias que já tinham experiência com a produção agrícola e que haviam recebido recursos de outra ação ligada ao BSM, coordenada pela Emplanta, empresa de assistência técnica contratada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, em parceria com o Governo do Piauí. Mudança na qualidade de vida - Dos sete agricultores escolhidos, seis permaneceram no projeto até a sua conclusão. Apenas um desistiu, em decorrência de problemas de saúde graves que o impediram de continuar com a produção. As famílias participaram de treinamentos, receberam sementes e mudas e firmaram o compromisso de compartilhar conhecimentos e parte das sementes e mudas com os vizinhos de maneira a ampliar o raio de ação do projeto. Os seis agricultores e familiares entrevistados são unânimes ao afirmar a mudança em suas vidas ocorrida após o início do projeto. Embora algumas ações tenham sido comprometidas pela escassez de chuva em vários anos durante a realização do projeto, as novas variedades de feijão, sorgo e palma, assim como as orientações sobre a construção de instalações para ovinos e para galinhas, e as técnicas de manejo das áreas agrícolas e animais, além da produção de feno, silagem e utilização de bancos de proteínas para alimentação animal foram representativas para as mudanças na qualidade da produção agrícola e animal, na melhoria da alimentação e renda das famílias envolvidas. Juvenal Raimundo de Carvalho, 46 anos, e Luisa Teresa de Carvalho, moradores da comunidade Canto Alegre, em Padre Marcos, também conseguiram produzir mais e de maneira mais organizada após o início do projeto. "Se não fosse a palma teria que comprar ração. No período da seca, pela manhã dava a palma e à tarde dava milho com resíduos de algodão. Assim as ovelhas não perderam peso e aguentaram até a chuva voltar", acrescenta. Já Felipe Francisco de Lira, 35 anos, e Januária Lira, 36 anos, além de criar ovelhas e galinhas, criam perus e investem também na criação de abelhas apis melífera. No primeiro semestre de 2015, Felipe vendeu 52 baldes de mel a 200,00, cada. A quantia que conseguiu com a venda do mel irá investir em ovelhas quando o valor de mercado estiver mais baixo. Fonte: Embrapa

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